sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O ovo e a galinha

Para quem não sabe, sou economista de formação e se houve coisa que aprendi é que nem sempre existem respostas certas e que a resposta mais acertada depende do paradigma que defendemos. As contendas entre neoliberais e keynesianos é histórica. Parece que na década de 90 os neoliberais usaram as teses de Keynes para atiçar fogueiras enquanto conversavam animadamente sobre as maravilhas do capitalismo e criticavam o excesso de intervencionismo do estado na economia, mas depois viram-se à rasca na última metade da presente década, enquanto os Keynesianos lá levantavam a cabeça e presentemente enxovalham sem dó nem piedade os incautos neoliberais.

Onde quero chegar é que até para grandes questões fundamentais da humanidade é necessário recorrer a paradigmas.
Há pelo rol popular uma questão supostamente sem solução. Um pertenço paradoxo, que se prende com a precedência do ovo perante a galinha ou vice versa.
Num tempo em que o colégio de académicos de todo mundo, apregoa aos sete ventos que o evolucionismo é um facto, que apenas tem como senão a necessidade de ainda ser provado (um pormenor insignificante perante o jeitaço que aquela teoria dá para explicar tudo e mais alguma coisa, que até fazem vista grossa às milhentas teorias e nuances distintas desde a sua formulação, algumas das quais coexistindo pacificamente embora contraditórias), não percebo porque subsiste questão tão essencial ainda sem resposta. É óbvio que quem nasceu primeiro foi o ovo. E perguntas tu, e quem pôs esse ovo? Sei lá, eu não estava lá para ver, mas presumivelmente um antecessor galináceo que desapareceu por ser fraquinho perante o poderio das galinhas. Isto fazendo fé que o evolucionismo se explica através de mutações genéticas de geração para geração. Se houver praí uma teoria evolucionista que diga outra coisa diferente avisa que eu retiro o que disse.
Assim, recorrendo ao paradigma do evolucionismo para responder a esta questão ancestral, torna-se óbvio que primeiro nasceu o ovo, não achas?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Os partidos políticos

Não há muito tempo atrás, eu ouvia interessadamente alguns debates políticos, embora sem saber muito bem o que distinguia ideologicamente uns dos outros, e votava de acordo com o que mais me agradava ouvir.

Olhando retrospectivamente, apesar de nunca ter votado contrariamente ao meu actual sentido de voto, não obstante a ignorância, considero aquela atitude relativamente grave (pelo menos de acordo com os meus padrões actuais de cidadania e humanismo).

E tu, que vais votar, independentemente de gostares mais da cara do Sócrates ou das saias da Ferreira Leite, sabes em que difere ideologicamente a direita da esquerda?

Se não sabes, eu explico-te de acordo com a minha visão muito parcial. Eis vários cenários muito virtuosos (ironia!) seguidos das reacções do Sr Esquerdo e o Sr Direito:

"Está um sujeito muito andrajoso estatelado no chão, visivelmente drogado, com algumas feridas”

- O Sr Esquerdo passa ao lado. Não é da conta dele, o Estado é que se deve preocupar com estas coisas. Por descargo de consiência liga para o 112 e segue o seu caminho;

- O Sr Direito, pergunta ao violentado o que sucedeu e se precisa de ajuda, se pretende que chame a ambulância ou se consegue ficar bem sozinho.


“O meu filho acabou os estudos e não consegue encontrar um emprego”

- O Sr Esquerdo culpa o Estado porque é este quem permite que os cursos superiores sejam tão desfasados do mundo empresarial e não cria novos empregos para pessoas licenciadas;

- O Sr Direito incentiva o filho a criar o seu próprio trabalho, criar uma empresa, ou a não ter receio de iniciar uma carreira por um trabalho menos qualificado.


“O país está mergulhado numa crise”

- O Sr Esquerdo toma a iniciativa de aumentar a despesa pública, gastando o dinheiro dos contribuintes para incentivar a economia;

- O Sr Direito baixa os impostos, dá incentivos fiscais e intervém para facilitar o acesso ao crédito para que sejam os próprios agentes económicos a investir.


“Os vizinhos do lado não trabalham e vivem com subsídios do Estado”

- O Sr Esquerdo acha bem que o Estado garanta a sobrevivência a toda a gente;

- O Sr Direito acha bem caso os vizinhos estejam incapacitados de trabalhar, ou revolta-se caso os vizinhos não estejam incapacitados.


“A adolescente está grávida. E agora?”

- O Sr Esquerdo acha que a liberdade individual é “sagrada” (coloco aspas a pensar nos comunistas). A rapariga que faça o que quiser;

- O Sr Direito acha que a liberdade social está acima da liberdade individual. Portanto, o Estado deve intervir se a moral social aponta num sentido diferente que a suposta liberdade individual.


“O ordenado do fulano é muito superior ao do cicrano”

- O Sr Esquerdo acha um absurdo! Duas pessoas que desempenham o mesmo tipo de função deviam ter o mesmo rendimento. A igualdade é fundamental;

- O Sr Direito nem quer saber do assunto. A equidade é fundamental. Cada um deve receber de acordo com o seu mérito e não de acordo com o seu estatuto.


E com isto desmascarei logo no meu segundo post a minha identidade política. O próximo será concerteza sobre futebol. Espero ter-te pelo menos despertado alguma curiosidade sobre estas diferenças políticas.

Para mim, pior que ter uma opinião contrária é nem sequer ter opinião quando o assunto é relevante.

E basicamente é isto: não suporto o Bloco de Esquerda (BE), discordo em absoluto com o Partido Comunista embora os identifique (passe a comparação) com as minhas falecidas avós a quem nunca passou pela cabeça que a bíblia deveria ser interpretada (trocando por miúdos, deixem-nos lá estar com as ideias deles que não fazem mal a ninguém), tolero o PS pois é mais centro que esquerda e, obviamente, depois de tanto discurso, tendo para os partidos de centro direita ou direita moderada.


Prevejo que o BE venha a ser ainda alvo de muitos comentários futuros neste blog.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

o começo

Sou uma pessoa exigente ao mesmo tempo desleixada.
Apaixonada ao mesmo tempo magoada.
Inteligente ao mesmo tempo ingénua.
Criativa ao mesmo tempo sonhadora.
Optimista, crítica, com valores impregnados e opiniões ponderadas, pensativa, preocupada, fiel, amorosa e radical.
Sou muito mais que palavras. E de tudo quanto sou, nada me pertence.
Demasiado filosófico? Talvez! Pode ser que um dia te explique. Mas foi por aqui que quis começar o meu blog.